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Por Redação Rádio Pampa | 14 de dezembro de 2021
A sonda da Nasa Parker Solar Probe (PSP) conseguiu “tocar” o Sol em 28 de abril deste ano e fez uma viagem na “coroa” do astro, revelaram pesquisadores durante uma coletiva de imprensa do encontro American Geophysical Union realizado nesta terça-feira (14) em Nova Orleans, nos Estados Unidos.
O estudo sobre o feito foi publicado no site da revista Physical Review Letters e será também publicado na renomada The Astrofisical Journal. A notícia também foi publicada pela Nasa.
Segundo o artigo, o feito da sonda da Nasa é uma “pedra angular” para o estudo do Sol e superou uma “fronteira invisível” nas pesquisas sobre o Espaço.
“A fronteira cruzada pelo PSP é chamada de superfície de Alfvén – definida como o ponto onde as energias magnética e cinética se equilibram. Acima desta superfície, o vento solar flui livremente para longe do Sol. Abaixo da superfície, os campos magnéticos dominam o movimento do plasma, ligando-os ao Sol”, ressalta a publicação.
Os dados indicam que a primeira travessia da fronteira ainda pouco conhecida foi obtida quando a sonda viajava a cerca de 13 milhões de quilômetros da superfície.
O nome da PSP é uma homenagem ao físico Eugene Parker que, desde a década de 1950, afirma que o vento solar atravessou, por mais de uma vez, os confins do Espaço, destacando que a atmosfera solar não é uma “bola lisa”, mas sim algo “enrugado” e cheio de relevos.
Agora, a análise dessas pontas e vales da superfície do astro poderão ajudar a entender como os eventos que ocorrem em partes mais profundas do Sol influenciam toda a atmosfera e o vento solar, o “motor” das tempestades solares que também atingem a Terra.
“Esse é um momento grandioso para a ciência solar. Essa pedra angular não apenas fornecerá uma visão mais aprofundada da evolução do Sol e de seu impacto no Sistema Solar, mas tudo aquilo que aprendemos sobre a nossa estrela nos ensinará muito sobre o resto do Universo”, declarou um dos diretores da Nasa para missões científicas, Thomas Zurbuchen.
Conforme o especialista, essa missão é como o “pouso na Lua, que nos permitiu entender como nosso satélite natural é formado”. “Tocar a atmosfera solar nos ajudará a descobrir informações cruciais da nossa estrela”, pontuou.
Já um dos construtores da sonda do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, Nour Raouafi, afirmou que “voando assim perto do Sol, a Parker Solar Probe agora consegue perceber as condições da coroa solar como nunca podemos fazer antes”.
“Vemos as provas de estar na coroa nos dados do campo magnético, nos dados dos ventos solares e visivelmente nas imagens. Podemos ver verdadeiramente a sonda que voa através das estruturas da coroa que podem ser observadas durante os eclipses totais do Sol”, acrescentou.
A sonda continuará a orbitar o Sol fazendo uma espécie de espiral que a aproximará do astro cada vez mais, em um total de 24 giros completos, com temperaturas sempre mais altas. A meta é conseguir chegar a ao menos 6 milhões de quilômetros da superfície do Sol.
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