Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 10 de dezembro de 2022
Enquanto ficam cheias as ruas de Nova York (Estados Unidos) às vésperas do Natal, a icônica loja da Apple na 5ª Avenida surpreende: o público está bem abaixo dos padrões da época. Alvo de disputa dos consumidores, mesas que expõem iPhones, iPads e outros objetos de cobiça podem ser acessadas sem grandes dificuldades – mas só para quem deseja somente ver os produtos.
Marcar um horário para um atendimento também está bem mais fácil e é possível fazê-lo em cima da hora. Motivo? Faltam os recém-lançados iPhone 14 Pro e Pro Max. O consumidor pode até optar pela versão na cor roxa ou o de 128 gigabytes (GB), modelos menos requisitados, e ainda assim vai ter dificuldade de encontrá-los.
A cena se repete nas demais lojas da Apple, em Nova York e em Nova Jersey No site, a entrega está prevista só para o fim de dezembro, ou seja, depois do Natal. Questionado sobre o motivo da escassez doiPhone “top de linha”, um atendente da Apple da Quinta Avenida disse não ter informações.
“Tivemos a paralisação na China, os protestos”, disse ele, sem se identificar. Quanto ao baixo movimento na principal loja da Apple em Nova York, ele é direto: “Não temos o principal produto para vender”.
O bloqueio de uma fábrica da Foxconn na China, a principal fornecedora da Apple, devido à política de “covid zero” do país causou uma escassez de iPhones 14 Pro e Pro Max na principal data para compras nos Estados Unidos.
Há exatamente um mês, a gigante emitiu um comunicado alertando que as restrições da covid afetaram temporariamente as principais instalações de montagem em Zhengzhou, na China. Na ocasião, afirmou que as remessas de ambos os modelos ficariam abaixo das expectativas de vendas e que as entregas levariam mais tempo.
Impacto global
A escassez de iPhones 14 Pro e Pro Max não afeta só o comércio norte-americano. Analistas do mercado financeiro em Wall Street afirmam que o impacto é global e atinge a própria China, onde as vendas de tais modelos podem encolher 50%, e países da Europa.
O diretor de research da Wedbush Securities, Dan Ives, calcula que a Apple esteja perdendo em torno de US$ 1 bilhão por semana por conta da escassez de iPhones no trimestre mais importante para a companhia. “Há cerca de 10 milhões a 15 milhões de unidades em falta por causa do que estamos vendo na China”, disse. “É uma escassez sem precedentes.”
Nos Estados Unidos, onde a situação é mais dramática, a escassez do iPhone 14 Pro e iPhone 14 Pro Max levou a uma corrida pelos modelos nas lojas da Apple.
“Não sabemos quando receberemos novos estoques. Têm dias que recebemos, outros não”, disse o atendente da Apple, que sugere um monitoramento no site da empresa pela manhã. Após um dia inteiro, a busca por um modelo 14 Pro, de 256 GB, nos arredores de Nova York apontava a mesma resposta: “Não disponível hoje em 12 lojas mais próximas.”
Diante de tamanha dificuldade, o “The Wall Street Journal” listou dicas valiosas para os “applemaníacos” garantirem o aparelho até o Natal. A primeira: esqueça o pretinho básico. Corra atrás de um iPhone 14 Pro roxo. Outras dicas incluem a caça por aparelhos em varejistas como BestBuy.com e Target ou nas operadoras de telefonia móvel AT&T, Verizon e T-Mobile.
Se a procura é por um iPhone desbloqueado, uma saída é partir para um aparelho recondicionado, os chamados “refurbished”. Trata-se de uma espécie de “seminovo”, segmento bastante comum nos Estados Unidos no mercado de eletrônicos e eletrodomésticos.
Para os analistas do Barclays, Tim Long e George Wang, apesar da dificuldade em encontrar um iPhone, a perda de participação da Apple para os modelos Android deve ser limitada. “Alguns clientes estão trocando para modelos básicos iPhone 13 ou 14 devido à escassez de modelos profissionais do iPhone 14?, dizem, em relatório.
A Foxconn informou que está fazendo esforços para normalizar as operações em sua principal fábrica de iPhone. De acordo com a empresa, além de realocar capacidade de produção para outras unidades, ela começou a “recrutar novos empregados” e prevê que o cenário para o quarto trimestre esteja próximo ao consenso do mercado.
“O uso o da planta provavelmente melhorará em dezembro, mas achamos que ainda deve estar abaixo de 50% de sua capacidade”, escreveram os analistas do Barclays. Atualmente, esse porcentual é de cerca de 30%.
No Ar: Pampa Na Tarde