Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024

Home Ciência Telescópio Hubble faz “filme” de choque entre nave da Nasa e asteroide

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O Telescópio Espacial Hubble, da Nasa, captou fotos e fez um filme em time lapse do asteroide Dimorphos sendo atingido propositalmente pela nave Double Asteroid Redirection Test (DART). Os registros fazem parte de um estudo publicado na revista Nature.

As imagens tiradas por Hubble em 26 de setembro de 2022 mostram a nave de 544 kg durante um teste para alterar a trajetória de Dimorphos enquanto a rocha espacial orbita seu asteroide companheiro maior, Didymos.

Nenhum dos objetos rochosos representa uma ameaça à Terra, porém os dados da missão ajudarão a informar os pesquisadores sobre como desviar o caminho de um asteroide para longe do nosso planeta, caso necessário. Além do mais, o experimento forneceu pistas sobre colisões planetárias que podem ter sido comuns no início do Sistema Solar.

O vídeo feito pelo Hubble mostra mudanças de hora a hora conforme mil toneladas de poeira e pedaços de rocha de Dimorphos eram lançados no espaço depois do impacto com DART a uma velocidade quase 21 mil km/h.

A gravação aconteceu em um volume de espaço muito maior do que poderia ser registrado pelo satélite LICIACube cubesat, que passou pelo asteroide minutos após o impacto. Conforme destaca Jian-Yang Li, líder do estudo, a colisão ocorreu em um sistema binário de asteroides de modo inédito.

“Nunca havíamos testemunhado em tempo real um objeto colidir com um asteroide em um sistema binário de asteroides, e é realmente surpreendente”, disse Li, em comunicado. “Acho fantástico. Muita coisa está acontecendo aqui. Vai levar algum tempo para descobrir.”

Por ora, cientistas da missão relataram em um primeiro artigo seu sucesso. Na pesquisa eles reconstroem o próprio impacto, descrevem a linha do tempo que antecedeu a colisão, e ainda especificam em detalhes a localização e a natureza do local do experimento.

O Hubble começou a gravar a operação 1,3 hora antes do impacto, quando Dimorphos e Didymos estavam dentro do ponto brilhante central. O primeiro registro pós-colisão é de 2 horas após o evento. Os detritos vagam para longe do asteroide, movendo-se a velocidades superiores a 6 km/h. Isso é rápido o suficiente para escapar da atração gravitacional de Dimorphos, de modo que não caia de volta na rocha.

O material ejetado então forma um cone “amplamente oco com filamentos longos e fibrosos”, segundo o site do Hubble. Passadas 17 horas após o impacto, a forma desse cone começa ser distorcida pela interação dinâmica dentro do sistema binário.

Devido à atração gravitacional de Didymos, as estruturas mais proeminentes se tornam características rotativas — um tipo de “cata-vento”. “Quando vi essas imagens pela primeira vez, não pude acreditar nessas características. Achei que talvez a imagem estivesse manchada ou algo assim”, conta Li.

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O telescópio da Nasa mostra então os detritos sendo arrastados de volta para uma cauda semelhante a um cometa, como resultado da pressão da luz solar em minúsculas partículas de poeira. O resultado é um “trem de detritos” onde as partículas mais leves viajam mais rápido e mais longe do asteroide. Depois, Hubble flagrou a cauda se dividindo em duas por alguns dias.

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