Sábado, 23 de Novembro de 2024

Home Variedades Telescópio James Webb descobre planeta assimétrico do tamanho de Júpiter

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Utilizando o Telescópio Espacial James Webb, da Nasa, cientistas da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, detectaram uma atmosfera incomum em um exoplaneta com o tamanho de Júpiter, situado a 211 anos-luz de distância da Terra. A descoberta foi registrada em um artigo na revista científica Nature Astronomy nesta semana.

Denominado “WASP-107 b”, esse planeta se destaca por ser extremamente quente, inflado e apresentar uma assimetria notável, com uma grande discrepância entre as duas extremidades de sua atmosfera.

O WASP-107 b foi descoberto em 2017 e, desde então, esta foi a primeira vez que os detalhes de sua atmosfera foram analisados com tanta precisão. A assimetria destacada pelos pesquisadores pode indicar possíveis variações nas características atmosféricas de cada região do planeta, como temperatura ou composição das nuvens.

“Esta é a primeira vez que a assimetria leste-oeste de qualquer exoplaneta foi observada enquanto ele transita sua estrela, do espaço”, disse Matthew Murphy, autor principal do estudo, em comunicado. “Acredito que observações feitas do espaço têm muitas vantagens em comparação com observações feitas do solo.”

O principal diferencial do James Webb reside em sua técnica de espectroscopia de transmissão, que permite registrar imagens enquanto o planeta passa diante de sua estrela hospedeira, decodificando dados sobre sua atmosfera. Isso possibilita coletar informações sobre os processos químicos na superfície, os gases presentes, a formação das nuvens e como esses elementos se comportam com a variação na quantidade de luz solar recebida.

Coletar essas informações sobre o WASP-107 b é fundamental para entender melhor sua origem e funcionamento. Na época em que foi descoberto, esse exoplaneta surpreendeu os cientistas por sua baixa densidade e gravidade, o que o confere uma aparência inchada.

Sua temperatura é estimada em cerca de 480°C. “Não temos nada parecido em nosso próprio Sistema Solar. É único, mesmo entre a população de exoplanetas”, contou Murphy.

A observação também se destaca pela assimetria do planeta, que também pode vista em outros exoplanetas. “Esta é realmente a primeira vez que vemos esses tipos de assimetrias diretamente na forma de espectroscopia de transmissão do espaço, que é a principal maneira pela qual entendemos do que são feitas as atmosferas dos exoplanetas. É realmente incrível”, disse Thomas Beatty, coautor do estudo.

As causas das assimetrias, contudo, ainda permanecem um mistério. Para tentar desvendá-lo, Murphy e sua equipe irão realizar análises mais aprofundadas acerca dos dados disponíveis e ainda planejam novas observações com o James Webb.

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