Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 25 de março de 2023
Uma tempestade solar relativamente perigosa atingiu a Terra entre quinta e sexta-feira (23 a 24), e causou auroras e um tipo de evento misterioso conhecido como STEVE. A ejeção de massa coronal foi provavelmente causada por uma emissão de massa coronal no dia 21 de março.
No começo da semana, um buraco coronal enorme se abriu em nossa estrela e expeliu uma corrente de vento solar. Os especialistas já previam que isso resultaria em uma tempestade geomagnética entre 23 e 24 de março, causando auroras e, provavelmente, bloqueando algumas transmissões de rádio na Terra.
Buracos coronais são regiões na atmosfera do Sol onde os campos magnéticos se abrem e permitem que o vento solar escape. Parece escuro nas imagens porque o plasma que cobre a região está faltando e a temperatura cai consideravelmente — mas ainda é incrivelmente quente.
Essa tempestade geomagnética já chegou e foi classificada como classe G4 (severa), surpreendendo os cientistas — a previsão era um evento de classe G2 (moderada). A fonte da emissão, isto é, o local exato de onde ela saiu, ainda não foi confirmada porque a sonda SOHO esteve sem enviar imagens durante esses dias.
Pode ser também que a ejeção de massa coronal tenha ocorrido a partir de regiões ativas que atualmente se encontram do outro lado do Sol. Os campos magnéticos do vento solar abriram uma rachadura na magnetosfera da Terra por quase 24 horas, permitindo que a tempestade chegasse à categoria G4.
O vento solar chegou poucos dias após o Equinócio, daí a formação de auroras espetaculares e aparições dos misteriosos STEVEs. Essa foi a tempestade geomagnética mais intensa em quase 6 anos.
Aproximação do Sol
No dia 17 de março, a Parker Solar Probe, da Nasa, completou sua 15ª aproximação ao Sol e chegou a cerca de 1,6 milhão de km da superfície solar. Dessa vez, a sonda estava na linha de visão da Terra, o que favoreceu a observação do Sol em conjunto com outros observatórios.
Além da Parker, as missões Solar Orbiter, BepiColombo (da Agência Espacial Europeia) e a Solar Terrestrial Relations Observatory-A (da Nasa), observavam o Sol na mesma ocasião, quase do mesmo ângulo.
Essas ocasiões são relativamente raras, porque as aproximações da Parker costumam acontecer longe da nossa vista. Posições privilegiadas como a última ocorre a cada três ou quatro órbitas, e sempre favorecem uma observação mais completa do Sol.
O encontro das quatro sondas em ângulos semelhantes, na mesma direção da Terra, significa que os astrônomos podem coletar dados dos mesmos fenômenos acontecendo no Sol, ao mesmo tempo, usando estes quatro observatórios espaciais.
Isso faz muita diferença, pois cada instrumento é ajustado para capturar dados em determinados comprimentos de ondas e em diferentes detalhes. A observação combinada enriquece o conjunto de dados de um modo que uma única sonda não poderia fazer.
A comunidade científica aproveitou a ocasião para usar também os telescópios terrestres — mais de 40 observatórios nos Estados Unidos, Europa e Ásia usaram seus telescópios de luz visível, infravermelha e rádio para enriquecer ainda mais as observações.
No Ar: Show de Notícias