Quarta-feira, 13 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 9 de novembro de 2024
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu no município gaúcho de Rosário do Sul (Fronteira-Oeste) um mato-grossense procurado pela Justiça por envolvimento direto nos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Ele seria um dos líderes do ataque e depredação às sedes dos Três Poderes.
De acordo com informações divulgadas pelo comando da corporação, o indivíduo é natural da capital Cuiabá, tem 46 anos e estava em um automóvel Chevrolet Spin prateado que trafegava pela BR-290. O percurso motivou suspeitas por causa de desvios realizados para evitar a passagem pelos postos de controle na rodovia.
Uma patrulha da PRF interceptou o veículo, nas imediações do acesso a Rosário do Sul. Durante a abordagem, os agentes constataram a presença de um cidadão uruguaio ao volante, tendo no banco do carona o brasileiro. A consulta ao banco de dados acabou revelando que a situação irregular deste último.
Contra ele havia um mandado de prisão emitido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Acusações: abolição violenta do Estado Democrático de Direito e ameaça violenta ao livre exercício dos Poderes da União. O nome não foi divulgado.
Investigações haviam apontado sua atuação como organizador da chamada “máfia do pix”, que arrecadou recursos para o custeio da alimentação de participantes dos ataques do 8 de Janeiro. Ele chegou a ser preso na data do incidente, mas acabou liberado posteriormente, antes que a Corte decretasse sua captura.
Em depoimento preliminar aos policiais rodoviários federais, o homem afirmou que estava escondido no Uruguai e havia retornado ao Brasil, pelo Rio Grande do Sul, para comprar uma geladeira. O veículo em que ele viajava tem placa do Distrito Federal e foi recolhido por estar com a data do licenciamento vencida. Já o cidadão do país vizinho foi liberado.
Julgamentos concluídos
Na sexta-feira (8), o Supremo concluiu os julgamentos de 741 acusados de participar dos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro. Os ataques foram organizados e cometidos por bolsonaristas inconformados com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência da República – o petista havia tomado posse no dia 1º.
A lista inclui 265 condenados por invadir e depredar as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Outros 476 réus tiveram acordo validado pelo STF e quatro foram absolvidos. Estão previstos mais 15 julgamentos até 18 de novembro, ao passo que os demais ainda não tem data definida.
No que se refere a crimes mais graves, as sentenças foram estabelecidas conforme a participação de cada réu nos atos extremistas. Crimes considerados mais bandos (incitação a golpe de Estado por meio de manifestações em frente a quarteis, por exemplo) têm pena fixada em um ano de prisão, substituído por restrição de direitos e pagamento de multa.
(Marcello Campos)
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