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Por Redação Rádio Pampa | 11 de junho de 2023
Uma dupla de cientistas da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, estimou que um terço dos planetas mais comuns da galáxia, que orbitam anãs vermelhas – centenas de milhões em toda a Via Láctea – podem estar em zona habitável. Isso significa que esses mundos estão perto o suficiente de suas estrelas para ter água líquida e possivelmente abrigar vida.
A conclusão foi publicada nesta semana no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences.
O estudo é de autoria de Sarah Ballard, professora de astronomia da Universidade da Flórida, e da doutoranda Sheila Sagear. As cientistas há muito estudam exoplanetas – mundos que orbitam outras estrelas além do Sol.
Se um planeta está próximo à sua estrela (equivalente à distância que Mercúrio orbita o Sol), ele tem uma órbita excêntrica. Isso pode sujeitá-lo a um processo conhecido como aquecimento de maré.
Nesse aquecimento, o astro é esticado e deformado por forças gravitacionais em sua órbita irregular. Com isso, o atrito o aquece, podendo “assar” o planeta a ponto de remover suas chances de água líquida.
As pesquisadoras avaliaram que podem ser queimados por esses extremos de maré dois terços dos planetas mais comuns da Via Láctea. O outro um terço tem órbitas suaves o suficiente para potencialmente hospedar água líquida.
Considerando que quanto mais oval é uma órbita, mais excêntrica ela é, as cientistas mediram a excentricidade de uma amostra de mais de 150 planetas de nossa galáxia em torno de estrelas anãs vermelhas, que têm aproximadamente o tamanho de Júpiter.
Sagear e Ballard notaram que as estrelas com múltiplos planetas eram as mais propensas a ter o tipo de órbita circular que lhes permite reter água líquida. Já estrelas com apenas um planeta eram as mais sujeitas à órbita atrelada ao aquecimento de maré.
Os dados da pesquisa vieram do telescópio Kepler, da Nasa, que capta informações sobre exoplanetas enquanto eles se movem na frente de suas estrelas hospedeiras. O estudo também se baseou em novas informações do telescópio Gaia, que mediu a distância de bilhões de estrelas na galáxia.
Para Sagear, o resultado da pesquisa é realmente importante para a próxima década de estudos sobre exoplanetas, pois os olhos dos cientistas podem se voltar agora à população de estrelas da nossa galáxia.
“Estas estrelas são excelentes alvos para procurar pequenos planetas numa órbita onde é concebível que a água seja líquida e, portanto, o planeta possa ser habitável”, ela afirma, em comunicado.
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