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Por Redação Rádio Pampa | 25 de julho de 2022
Os hábitos e comportamentos humanos estão diretamente ligados ao ganho (ou perda) de peso. Inclusive, o uso excessivo de ar-condicionado pode ser um elemento a mais na equação que pode determinar o risco de uma pessoa engordar, segundo o químico e pesquisador Javier Sánchez Perona, do Instituto de la Grasa, na Espanha.
Apesar das fortes evidências que relacionam temperaturas elevadas e a menor vontade de comer, a questão do ar-condicionado ainda é uma hipótese. Em outras palavras, não existem estudos que comprovem esta ligação e, por enquanto, o tema é defendido pela lógica e outras pesquisas similares.
“Não encontrei nenhum estudo que demonstre especificamente uma relação de causa e efeito entre o aumento do uso de ar condicionado e o aumento da obesidade, provavelmente, porque não foi feito. O que está cientificamente comprovado é a relação entre temperatura e apetite. Quanto mais alta a temperatura, menos apetite. Portanto, parece óbvio que, se vivermos e comermos com ar condicionado, comeremos mais e engordaremos”, defende o cientista Perona, em seu blog Malnutridos.
Comer e o calor
No processo de comer e digerir alimentos, o corpo consegue aumentar sua temperatura. Este processo é intensificado em locais que são mais frios, independente da causa da menor temperatura – o uso do ar-condicionado ou uma estação mais fria do ano. É o que explica a médica da Universidade de Valladolid e especialista em nutrição, María José Castro, para o jornal El País.
“O corpo em repouso tem um certo gasto energético, o que chamamos de taxa energética basal. E os seres humanos são homeotérmicos: isso significa que temos a capacidade de regular nosso metabolismo para manter uma temperatura corporal constante, independentemente da temperatura do ambiente. E o que o corpo usa para produzir essa energia que o mantém em temperatura constante é a comida”, detalha a médica sobre o processo.
Estudos
Aqui, vale destacar que a relação direta entre a temperatura e o apetite já foi comprovada a partir de alguns estudos científicos. Por exemplo, em 1963, uma pesquisa, publicada na revista Journal of Comparative and Physiological Psychology, observou a ligação em roedores.
Durante o experimento, os animais foram expostos a diferentes temperaturas para entender como essa variável afetava seu apetite e sua vontade por comida. Quando a temperatura estava em 35°C, os roedores comiam apenas 10% do que haviam consumido a 24°C. Agora, em 40°C, eles simplesmente paravam de comer.
Em 2015, um outro estudo verificou esta relação, mas em humanos. Publicada na revista científica Frontiers in Nutrition, a pesquisa observou que os voluntários ingeriram 85,9 kcal a menos do alimento para cada grau aumentado da temperatura ambiente. Em outras palavras, o calor ajuda a reduzir a vontade por alimentação.
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