Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 14 de janeiro de 2025
Integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) entendem que a probabilidade de o ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizar a ida do ex-presidente Jair Bolsonaro para a posse de Donald Trump é mínima. A avaliação é compartilhada por alguns magistrados da Corte, que apontam diversos fatores que influenciam essa perspectiva.
De acordo com esses ministros, há um entendimento de que Bolsonaro e seus aliados tentariam fazer um grande alarde com a presença do ex-presidente na cerimônia de posse nos Estados Unidos. A preocupação é que o evento fosse utilizado para reforçar a narrativa de perseguição política, algo que já foi amplamente debatido por Bolsonaro e seus apoiadores.
Para esses magistrados, a intenção seria utilizar a ocasião para ganhar apoio na comunidade internacional, tentando diminuir o impacto das evidências que envolvem o ex-presidente em investigações sobre uma suposta tentativa de golpe, conforme já foram apresentadas pela Polícia Federal.
Outro fator relevante, na leitura dos integrantes do STF, seria o contexto mais amplo da atual política digital, especialmente a mudança nas diretrizes de checagem de informações da Meta, empresa controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp. Essa mudança nas políticas de verificação de fatos facilita, de acordo com os ministros, a disseminação de fake news, o que torna o ambiente ainda mais complicado para o debate sobre a ida de Bolsonaro à posse.
Esses magistrados observam que a atuação da Meta, sob nova estratégia, pode acabar sendo vista como uma maneira de legitimar ações que contribuem para a propagação de desinformação, algo que gera um clima mais tenso e difícil de ser contornado no processo de análise do pedido.
No contexto das movimentações envolvendo a Meta, na semana passada, o CEO da empresa, Mark Zuckerberg, divulgou um vídeo no qual criticava o que chamou de “decisões secretas” de tribunais latino-americanos. Ele também afirmou que sua empresa reposicionaria suas ações em sintonia com a postura de Donald Trump.
No governo federal e no Judiciário, essa fala foi interpretada como uma referência direta ao STF, o que aumentou ainda mais a tensão no cenário político. Em resposta ao governo brasileiro, a Meta suavizou a posição sobre o encerramento do Programa de Verificação de Fatos, esclarecendo que a mudança seria restrita aos Estados Unidos.
A empresa também reafirmou seu compromisso com a transparência, o respeito aos direitos humanos e a liberdade de expressão, embora tenha gerado desconforto com as suas decisões.
Além disso, conforme informações divulgadas pela colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, aliados de Bolsonaro estão visivelmente pessimistas quanto à possibilidade de o ex-presidente recuperar seu passaporte e obter a autorização de Moraes para comparecer à posse de Trump.
No Ar: Pampa Na Madrugada