Sábado, 23 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 7 de agosto de 2024
O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu nessa quarta-feira (7) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não precisará devolver o relógio Cartier de R$ 60 mil, que ganhou no primeiro mandato na Presidência durante uma viagem à França. Dos oito ministros votantes na sessão, cinco entenderam que não existe legislação específica sobre presentes de caráter personalíssimo e de elevado valor comercial ofertados ao presidente da República.
Outros dois divergiram, seguiram a área técnica do tribunal e votaram pelo entendimento de que Lula não precisaria devolver o relógio de luxo – pois o bem foi recebido em 2005 e, caso fosse determinada a devolução, poderia causar “insegurança jurídica”. Já um ministro votou para que Lula devolvesse o Cartier e quaisquer outros eventuais bens luxuosos.
O novo entendimento da Corte de Contas favorece a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente é acusado pela Polícia Federal de desviar joias e relógios de luxo da Presidência da República avaliados em R$ 6,8 milhões.
Veja como votaram os ministros e quem indicou cada um ao TCU.
Jorge Oliveira
Para o ministro, indicado por Bolsonaro, não existe legislação específica sobre presentes de caráter personalíssimo, apesar de entendimento firmado pelo próprio TCU em 2016. É preciso respeitar o princípio da moralidade, mas também o da legalidade. Tese favorece Lula e, sobretudo, Bolsonaro.
Jhonatan de Jesus
Indicado pela Câmara dos Deputados, acompanhou o entendimento de Jorge Oliveira.
Augusto Nardes
Também indicado pela Câmara dos Deputados, acompanhou o entendimento de Jorge Oliveira.
Aroldo Cedraz
Indicado pela Câmara dos Deputados, acompanhou o entendimento de Jorge Oliveira.
Vital do Rêgo
Indicado pelo Senado, acompanhou o entendimento de Jorge Oliveira.
Antonio Anastasia
O TCU entendeu, em 2016, que presentes de alto valor comercial, mesmo considerados personalíssimos, devem ser devolvidos à União. Para o ministro, indicado pelo Senado, o entendimento não poderia ser aplicado no caso de Lula agora, porque o relógio foi recebido há quase 20 anos (segurança jurídica).
Marcos Bemquerer Costa
O ministro-substituto, acompanhou o entendimento de Antonio Anastasia.
Walton Alencar
O entendimento do TCU firmado em 2016 foi realizado com base na Constituição Federal de 1988 e no princípio da moralidade. Portanto, para o ministro, indicado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, todos os presidentes da República devem devolver itens luxuosos, incluindo Lula e Bolsonaro.
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