Quinta-feira, 21 de Novembro de 2024

Home Saúde Você mede a pressão em casa? Médicos aprovam, mas há regras para não ter alteração no resultado

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Estar sentado, precisa ser no braço esquerdo, a coluna precisa estar ereta? Essas são algumas das principais dúvidas que as pessoas geralmente tem quando vão medir a pressão em casa. Recentemente a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) divulgou novas orientações, uma delas inclusive, dizendo que a entidade passa a orientar a avaliação também em casa pelo paciente, com o uso de aparelhos.

“Classicamente, o diagnóstico é feito apenas a partir de medidas dentro do consultório. Mas elas são falhas porque alguns fatores como estresse, ansiedade, podem influenciar a pressão e aumentá-la pontualmente naquele momento. Então as avaliações fora do ambiente hospitalar, do consultório, podem ser mais fidedignas”, diz o cardiologista Audes Feitosa, coordenador-geral das novas diretrizes e ex-presidente do Departamento de Hipertensão Arterial da SBC.

No entanto, não é qualquer medida feita em casa que pode auxiliar no diagnóstico, as diretrizes orientam o uso de dispositivos que sigam as técnicas de Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) ou de Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA).

“O MAPA é um equipamento que se coloca na cintura e ele monitora a pressão de 20 em 20 min durante 24 horas. A MRPA é um aparelho que o paciente leva para casa e mede de manhã e à noite, sempre em repouso, durante cinco dias. O MAPA é padrão-ouro para o diagnóstico inicial da HA, mas o MRPA é mais prático, então é mais recomendado para o acompanhamento de pacientes”, explica Feitosa.

De forma mais detalhada, as novas diretrizes dão orientações em relação à cada método de medida da pressão:

MRPA

Na técnica do MRPA, o aparelho é colocado no braço, e não no punho, para que ele faça a medida da pressão duas vezes ao dia, uma pela manhã e outra à noite, durante um período de em média cinco dias — que vai variar a depender da orientação do médico.

Nos momentos da medida, as diretrizes orientam que o paciente esteja:

* Num ambiente silencioso com temperatura agradável;
* Há pelo menos 30 minutos sem fumar, utilizar cafeína, ter se alimentado ou praticado exercícios;
* Sentado e relaxado por pelo menos 3 minutos, idealmente 5 minutos, com bexiga vazia;
* Em silêncio durante e entre as medições;
* Sentado com as costas apoiadas na cadeira;
* Com as pernas descruzadas, e os pés apoiados no chão;
* Com o braço nu apoiado na mesa, palma da mão voltada para cima e meio do braço ao nível do coração.

Para realizar a avaliação, o documento recomenda que o paciente enrole o manguito ao redor do braço, de acordo com as instruções do equipamento, e que utilize sempre o mesmo braço para realizar as medidas durante todo o exame. “O braço escolhido será o de maior PA (na medida feita) no consultório”, diz.

MAPA

O MAPA é um método em que a pressão arterial é medida em domicílio, mas ele é orientado pelo médico, ou seja, precisa de uma consulta para a colocação do equipamento. O dispositivo fica na cintura que monitora a pressão de 20 em 20 min durante 24 horas.

De modo geral, as diretrizes da SBC afirmam que, para o agendamento do exame, o paciente deve realizá-lo em dia representativo das atividades habituais; a vestir camisa de manga larga ou sem manga para não limitar o movimento dos braços e interferir na instalação do manguito; a evitar o uso de vestido; a levar lista de medicamentos em uso com doses e horários da prescrição; a tomar banho antes de colocar o equipamento e a levar cinto para facilitar a colocação do monitor na cintura.

Durante o dia, ele não poderá tomar banho e realizar atividades físicas. Nos momentos em que a pressão é medida, o braço deve deve ficar imóvel e relaxado ao longo do corpo. O paciente não deve se deitar sobre o braço que está com o manguito, desconectar o manguito do monitor ou trocá-lo de braço e não expor o aparelho a água, gelo, excesso de poeira ou calor.

É orientado ainda que o paciente mantenha um diário de atividades durante do dia. As anotações são “para que seja possível correlacionar as atividades, os sintomas e o uso de medicamentos durante o período de exame”, diz o documento.

Em relação aos números que vão determinar o que é um quadro de hipertensão arterial, as diretrizes não mudaram as regras. São elas:

* Ótima: Abaixo de 12 por 8
* Normal: Entre 12 por 8 e 13 por 8.5
* Pré-hipertensão: Entre 13 por 8.5 e 14 por 9
* Hipertensão estágio 1: Entre 14 por 9 e 16 por 10
* Hipertensão estágio 2: Entre 16 por 10 e 18 por 11
* Hipertensão estágio 3: A partir de 18 por 11

O documento aborda ainda o papel da avaliação em farmácias, eventos públicos e outros monitoramentos fora do consultório. Segundo Feitosa, essas medições não são capazes de definir um quadro de hipertensão, mas podem atuar acendendo o alerta para que o paciente busque a orientação médica.

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