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Por Redação Rádio Pampa | 17 de maio de 2022
A abertura da 75ª edição do Festival de Cannes contou com a participação especial do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que por videoconferência fez uma declaração otimista aos presentes no Palais de exibição dos filmes: “Vamos vencer esta guerra”.
Zelensky dirigiu-se à sala repleta de cineastas, imprensa e estrelas das telas com um discurso cheio de referências cinematográficas, de “O Grande Ditador”, de Charlie Chaplin, a “Apocalypse Now”, de Francis Ford Coppola, pedindo o envolvimento de todos. “É necessário que o cinema não fique em silencio”, declarou.
“O ódio dos homens passará, os ditadores morrerão e o poder que tiraram do povo retornará ao povo. E enquanto os homens morrerem, a liberdade nunca perecerá. […] Precisamos de um novo Chaplin que prove que o cinema de hoje não é mudo”, disse Zelensky.
O presidente ucraniano também lembrou que a Rússia começou sua guerra pela manhã, citando uma famosa frase dita por um militar (Robert Duvall) de “Apocalypse Now”: “adoro o cheiro de napalm pela manhã”.
“No dia 24 de fevereiro, a Rússia começou uma guerra de grandes proporções contra a Ucrânia. O cinema não deve se calar. Todos os dias, nós encontramos valas comuns. Eles só matam, matam, matam. Vocês viram Butcha, vocês viram Mariupol. O inferno não é o inferno, a guerra é pior. A responsabilidade é de uma só pessoa”, seguiu Zelensky.
“Tenho certeza de que o ditador vai perder”, ele continuou, num discurso de 10 minutos aplaudidíssimo, sem nunca mencionar o presidente russo Vladimir Putin pelo nome, concluindo com um “Glória à Ucrânia”.
Além de sua participação, o começo do festival também incluiu referências à guerra na Ucrânia em discursos como o do ator americano Forest Whitaker (de “Pantera Negra”), homenageado com a Palma de Ouro honorária por sua carreira, que mencionou luto por pessoas “forçadas a fugir para a segurança de outras casas por causa de invasões e guerras, como na Ucrânia”, e na mudança de título do filme de abertura.
Originalmente chamado de “Z (Comme Z)”, o remake do terrir japonês “One Cut from the Dead” virou de “Coupéz”, porque a letra “Z” se tornou um símbolo da invasão russa. “Meu filme é feito para trazer alegria e sob nenhuma circunstância eu gostaria que fosse associado direta ou indiretamente a essa guerra”, disse o diretor francês Michel Hazanavicius (de “O Artista”), em comunicado anunciando a mudança de nome.
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